Cinema: A saga The Purge – uma noite caótica
Recentemente vi o filme The Purge: Anarchy, o segundo filme da saga de horror/thriller The Purge. Mais do que uma sequela, revelou ser o desenvolver de uma história centrada na natureza do ser humano enquanto animal violento.
Resumidamente, ambos os filmes desenrolam-se num futuro próximo, onde uma nova forma de governo permite que, uma vez por ano, durante 12h, os seus cidadãos possam cometer todas as atrocidades e crimes que pretendam, sem qualquer penalização, para se purgarem e voltarem a ser cidadãos “normais” nos restantes 364 (ou 365) dias. Quem não pretende fazer parte deste ritual, deverá barricar-se em casa e rezar para que não ser alvo da purgação de outros.
O primeiro filme, The Purge, conta com as representações de Ethan Hawke e Lena Headey (a Cersei Lannister de Game of Thrones), num filme mais centrado no horror ao estilo de The Strangers – uma família que vê a sua casa atacada por um grupo violento. Já a sequela, The Purge: Anarchy, conta com atores mais desconhecidos (excetuando Zach Gillford do filme Devil's Due), mas cuja capacidade de representação é agradável, e onde, para além de todas as perseguições, mortes e mutilações, a história foca as diferentes reações da sociedade a este feriado – aqueles que estão a favor, os que estão contra, a ação do governo, as verdadeiras intenções desta noite na redução populacional, as atitudes luxuosas e superiores dos ricos, o desespero daqueles sem dinheiro suficiente para uma proteção satisfatória. Este segundo filme introduz, igualmente, uma reflexão sobre a purgação enquanto modo de justiça, na medida em que vamos acompanhando a história pessoal do anti herói Sergeant e a sua motivação em prosseguir uma tentativa de purgação.